Cuidado com Doutrinas que Nascem de Textos Isolados
Muitas heresias começaram com ideias que pareciam estar na Bíblia… mas, na verdade, não estavam.
Você já viu alguém construir uma doutrina inteira com base em uma frase solta? Algo como: “Deus amou o mundo... logo, todo mundo pode crer sozinho.” Mas será que é isso mesmo que o texto quer dizer?
Explícito e Implícito: Entenda a Diferença
A Bíblia contém ensinamentos explícitos — claros, diretos, inconfundíveis. Mas também traz verdades implícitas, que exigem interpretação cuidadosa.
Aqui está a regra de ouro da boa interpretação bíblica:
O que é implícito deve ser interpretado à luz do que é explícito. Nunca o contrário.
O Caso da Trindade
Um exemplo clássico: a doutrina da Trindade. Você não vai encontrar um versículo que diga, com todas as palavras: “Deus é um em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo.”
Mas essa é a única conclusão possível diante das verdades claras e explícitas das Escrituras:
- O Pai é Deus.
- O Filho é Deus.
- O Espírito Santo é Deus.
- E Deus é um só.
Negar essa doutrina seria rejeitar o ensino claro da Bíblia.
O Perigo de Textos Isolados
Interpretar a Bíblia sem considerar seu contexto completo é como montar um quebra-cabeça sem olhar a imagem da caixa.
Você pode até encaixar algumas peças… mas corre o risco de formar uma figura totalmente errada — algo que o Autor jamais quis comunicar.
Veja o que acontece com João 3:16, que diz:
“... todo o que nele crê tenha a vida eterna.” Alguém poderia concluir:
“Então qualquer pessoa pode crer sozinha.” Mas isso ignora o que Jesus diz mais adiante, em João 6:44: “Ninguém pode vir a Mim, se o Pai não o trouxer.”
Ou seja, a fé não brota do coração humano por iniciativa própria. Ela é dom de Deus.
Errar nessa inferência não é apenas um deslize técnico — é distorcer o ensino do próprio Senhor.
Humildade Diante da Palavra
Interpretar corretamente exige humildade. Humildade para ouvir a Bíblia — não forçar nela o que queremos que ela diga.
Se você deseja interpretar bem, comece pelo que é claro. Use a Bíblia para interpretar a própria Bíblia. E, sobretudo, nunca construa doutrinas com base em textos obscuros ou isolados.
A pergunta certa não é: “Será que eu consigo tirar essa ideia da Bíblia?” Mas sim: “Deus realmente ensinou isso… ou fui eu que inventei?”