Santo, Santo, Santo: A Visão de Isaías e a Glória Incomparável de Deus
Você já parou para pensar que a Bíblia nunca diz que Deus é “amor, amor, amor”? Ou “justiça, justiça, justiça”?
Mas quando Isaías teve uma visão do Senhor, ele ouviu os serafins dizendo: “Santo, santo, santo.”
Três vezes. E isso tem um peso enorme.
No hebraico, repetir uma palavra era a forma mais intensa de dar ênfase. Eles não tinham negrito, caixa alta ou marca-texto. A repetição era o recurso usado para destacar algo como supremo.
Portanto, quando a Bíblia declara “santo, santo, santo”, está dizendo que não há nada mais elevado, mais puro, mais glorioso do que a santidade de Deus.
A santidade não é apenas mais um atributo entre tantos outros.
Ela é o fundamento de tudo o que Deus é.
Ele é santo no amor, santo na justiça, santo no poder.
E foi esse Deus — três vezes santo — que Isaías viu.
O Trono e a Orla do Manto
Isaías viu o Senhor sentado num trono alto e exaltado. Isso por si só já comunica tudo: Deus está entronizado acima de tudo e de todos.
Ele não divide espaço, nem glória.
Mas há um detalhe que chama atenção: Isaías diz que a orla do manto de Deus enchia o templo.
No mundo antigo, a orla do manto de um rei indicava sua grandeza. Quanto maior a orla, mais glória e autoridade ele demonstrava.
Agora imagine a orla do manto de Deus… enchendo todo o templo.
Isaías não viu o rosto, nem os olhos. Ele viu apenas a borda — e isso já foi demais. Só a orla revelou uma majestade que nenhum rei da Terra possui.
Tudo isso aconteceu no ano da morte do rei Uzias. Enquanto o povo lamentava a perda de um rei terreno, Isaías contemplava o Rei eterno, que jamais sai do trono.
Os Serafins e Suas Asas
Ao redor do trono, Isaías viu os serafins — seres celestiais com seis asas. Com duas voavam. Com duas cobriam o rosto. E com duas cobriam os pés.
Mas por quê?
Porque, mesmo criados para viver ali, nem eles suportam olhar diretamente para a glória de Deus.
Eles cobrem o rosto por causa da intensidade da luz, da santidade esmagadora. Cobrem os pés como sinal de humildade — como quem reconhece: “Somos apenas criaturas.” Isso é impactante. Se até os serafins se escondem… como é que nós, pecadores, achamos que podemos nos aproximar de Deus de qualquer jeito?
Toda a Terra Está Cheia da Sua Glória
Os serafins não estavam em silêncio. Eles clamavam uns aos outros, dizendo:
“Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da Sua glória.” (Isaías 6:3)
Não é só o templo. Não é só o céu. Toda a terra está cheia da glória de Deus. A criação inteira reflete quem Deus é. E, enquanto eles proclamavam isso, os batentes das portas tremeram. O templo se encheu de fumaça. Essa não foi uma cena simbólica. Foi uma teofania real e poderosa, que abalou tudo ao redor.
A santidade de Deus mexe com estruturas.
Quando Ele se revela, nada permanece igual.
Nem o templo.
Nem o céu.
Nem o homem.
Ai de Mim!
Diante de tudo isso, a reação de Isaías não foi cantar, pular ou celebrar.
Ele desabou.
“Ai de mim! Estou perdido!” (Isaías 6:5)
Ele viu a santidade… e, imediatamente, viu sua própria impureza.
“Sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de lábios impuros.”
Isaías era profeta. Mas até a boca que usava para falar em nome de Deus se mostrou indigna diante da glória revelada.
Quando ele viu o Senhor, não se sentiu inspirado… se sentiu desintegrado.
Porque, quando a santidade de Deus se revela, a única resposta verdadeira é essa: quebrantamento.