Você é livre… mas não consegue escolher a Deus: o que a Bíblia ensina
“Você é livre… mas não é livre para escolher a Deus.” Essa frase pode parecer contraditória à primeira vista, mas revela uma verdade profunda sobre a nossa condição espiritual.
Quantas vezes você já ouviu alguém dizer: “Deus deu livre-arbítrio, agora é só você querer”? Mas… e se eu te dissesse que, segundo as palavras de Jesus, você nem consegue querer?
A depravação total não se refere apenas a fazer coisas erradas. Ela descreve uma incapacidade moral profunda.
Em João 6, Jesus declara: “A carne para nada aproveita. O Espírito é quem dá vida.” Ou seja, por natureza, estamos espiritualmente mortos. Podemos até agir livremente, mas nossa vontade está corrompida. Não conseguimos escolher o bem supremo, que é Deus.
A história da igreja viu esse debate com força. Pelágio dizia que o ser humano pode se salvar por si mesmo. Mas Agostinho, seguido por toda a tradição reformada, ensinou o oposto: Sem a graça de Deus, ninguém sequer deseja a Cristo.
Isso não quer dizer que Deus impede alguém injustamente.
Pelo contrário, isso revela que todos nós, por natureza, rejeitamos a Deus — e somente a graça pode mudar essa realidade.
Pense assim: É como oferecer um cardápio saudável a alguém que só sente fome de veneno. Você é livre para escolher… Mas vai escolher conforme o desejo da sua natureza.
E a natureza caída só deseja o pecado. Por isso, antes de alguém crer, algo precisa acontecer: Deus precisa dar uma nova natureza.
A salvação não começa quando você levanta a mão em um culto.
Ela começa quando o Pai te chama. É o Espírito Santo quem dá vida.
Só depois disso é que o pecador responde com fé.
Se dependesse de nós, ninguém viria a Cristo. Mas Deus, por pura graça, vivifica os mortos — e então eles creem.
A pergunta, portanto, não é: “Você aceita Jesus?”
Mas sim: “Você nasceu de novo para poder aceitá-Lo?”